sexta-feira, 23 de abril de 2010

POUSADA DO SOBRADO















































































CASA DA BARBIE


Colonização portuguesa marca a história de Bagé

A sociedade portuguesa comemora hoje o dia em que o navegador Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil, em 1500. O fato registra a chegada do primeiro europeu ao continente americano. A chegada dos portugueses, assim como de outros imigrantes mudou o modo de vida dos brasileiros. Assim como o Brasil foi descoberto, Bagé também foi fundada por um português: Dom Diogo de Souza. A etnia é uma das mais representativas na sociedade bageense. Vários são os exemplos da contribuição desta colonização para o desenvolvimento do município.A história é bem antiga e a herança existe até hoje. Seja na cultura, na música ou na culinária, a influência dos portugueses pode ser percebida facilmente. O professor de História, Cláudio Boucinha, conta que a colonização portuguesa é um dos braços da civilização que chegou até nós.- Somos um povo muito miscigenado. Embora o gaúcho tenha herdado muitos hábitos dos índios, como o simples banho diário, pratica não habitual na Europa, temos muita influência portuguesa, como a cultura de hortas. Claro que também há muito da cultura espanhola, italiana e alemã, comenta.O idioma português, embora seja um dos mais difíceis de serem aprendidos devido à sua alta complexidade e diferentes formas de combinações gramaticais, é uma das línguas mais faladas no mundo, revela Boucinha. Além disso, como foi aprimorado com palavras indígenas, o idioma se tornou ainda mais rico. Na literatura não há como deixar de citar Luís Vaz de Camões. Ele foi considerado o maior poeta da época de toda a exploração marítima, segundo Boucinha.A herança musical pode ser percebida pelo Fado português, que traduz todo o romantismo da música brasileira. A música gaúcha, por sua vez, teve mais influência dos espanhóis. E até mesmo a burocracia, o Brasil acabou herdando de Portugal, onde eram necessários preencher vários papéis e requerimentos para que fosse possível conseguir algo. Mesmo a proteção à mulher seja uma descendência árabe, ela foi trazida para o Brasil através de Portugal, assim como algumas das formas arquitetônicas peculiares.Em 7 de setembro de 1822, o Brasil se tornou independente de Portugal, mesmo contra a vontade da Coroa Portuguesa, uma vez que o Brasil representava cerca de 70% a 80% da economia daquele país. A partir do final do século XIX, começaram a surgir as primeiras sociedades portuguesas, como uma forma de organizar a vida dos imigrantes. Em Bagé, o marco inicial foi em 1875, com a fundação do hospital da Sociedade de Beneficência. O objetivo era garantir maior saúde e segurança aos imigrantes de Portugal e, com isso, enraizá-los na cidade de modo que ninguém quisesse ir embora. Atualmente, o espaço é ocupado pelo Museu Dom Diogo de Souza.Um dos imigrantes portugueses de Bagé é João Fernando Franco Machado. Nascido em 26 de junho de 1927, em Viana do Castelo, cidade ao norte de Portugal, veio para o Brasil de navio, em 13 de fevereiro de 1952, para trabalhar nas construções civis da época. Ele recorda que, na época, diversos trabalhadores recebiam em ouro, o que era garantia de um bom emprego aliado a uma vida pessoal agradável.- Vim muito jovem para cá e desde então trabalhei muito na minha vida para conquistar o que tenho. Mesmo estando no Brasil há tanto tempo, até hoje faço viagens periódicas à Portugal, mas com certeza valeu a pena vir para o Brasil, destaca Machado.O atual presidente da Sociedade Portuguesa, Jorge Malafaia, lembra que tanto a Capela da Vila Santa Thereza como o Museu Dom Diogo de Souza e o Anfiteatro são heranças remanescentes da sociedade. Atualmente, o museu e o teatro encontram-se alugados para a Universidade da Região da Campanha (Urcamp).Hoje, existem cerca de 60 integrantes na sociedade e para se tornar sócio, as exigências estão bem menores, lembra Machado. Entre os benefícios estão um convênio médico com a Unimed e a inexistência de mensalidade, assim como não é preciso pagar para ir em jantares ou comemorações festivas promovidas pela sociedade.










Crioulo (cavalo)

O cavalo crioulo é uma raça de cavalos.

O cavalo crioulo se originou dos animais de sangue andaluz e berbere introduzidos no continente americano pelo aventureiro espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca nos primeiros anos após o descobrimento, mais adiante se inicia no que hoje é o Rio Grande do Sul, em 1634, criações com os equinos trazidos pelos padres jesuítas Cristóbal de Mendonza e Pedro Romero.[1]
Paralelamente as criações, alguns que foram se perdendo da comitiva de Cabeza de Vaca durante as suas campanhas na região passaram a se criar livremente nas planícies do conesul do continente americano, vivendo em estado selvagem por cerca de quatro séculos. Nesse período, as duras condições do clima acabaram criando, através da seleção natural, uma raça extremamente resistente a alta amplitude térmica, quanto à seca e à falta de alimento.
Assim como os mustangues norte-americanos, os animais que deram origem à raça crioula eram caçados e domados tanto pelos índios cavaleiros, os charruas, quanto pelos estancieiros.
Atualmente, a raça crioula está espalhada por todo o Brasil, mas especialmente na região froteiriça do Rio Grande do Sul, onde está o principal símbolo da raça, os descendentes de La Invernada Hornero, de Uruguaiana.

Características
Origem
Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, Chile

Tamanho
1,38 a 1,50 m

Pelagem
quase todas as variedades, menos albino e pintado tipo persa.

Caráter
tranquilo e esperto.

Atitude
cavalo de sela, de viagem, resistência e de lida de campo.

Qualidades
resistente.

Cabeça
curta; perfil retilíneo, ligeiramente côncavo ou convexo.

Flanco
curto, cheio, unindo harmonicamente o ventre ao posterior.

Paletas
comprimento mediano, ligeiramente inclinadas e fortemente musculadas, caracterizando encontros bem separados.

Braços e cotovelos
fortemente musculosos: braços devidamente inclinados com os cotovelos, bem afastados do peito.

Ante-braços
musculosos, bem aprumados, afinando-se até o joelho.

Joelhos
fortes e nítidos.

Canelas
curtas, com tendões fortes e bem definidos; bem aprumadas.

Quartelas
de comprimento médio, fortes, espessas, nítidas e medianamente inclinadas.

Cascos
de volume proporcional ao corpo, duros, densos, sólidos, aprumados e negros de preferência.

Garrões
amplos, largos, fortes, secos, paralelos ao plano mediano do corpo; ângulo anterior do garrão medianamente aberto.

Peso
oscilará entre 400 (quatrocentos) e 450 (quatrocentos e cinquenta) quilos.




Origem do termo "Gaúcho"

Existem várias teorias conflitantes sobre a origem do termo "gaúcho". Pode ser que o vocábulo tenha derivado do quechua (idioma ameríndio andino) ou do árabe "chaucho" (um tipo de chicote para controlar manadas de animais). Além disso, abundam outras hipóteses sobre o assunto. A primeira vez que foi documentado o seu uso foi em torno de 1816, durante a independência da Argentina.Segundo Barbosa Lessa em seu livro Rodeio dos Ventos, publicado pela Editora Mercado Aberto, 2a edição, o primeiro registro da palavra se deu em 1787, quando o matemático português Dr. José de Saldanha participava como integrante da comissão demarcadora de limites na fronteira do Brasil com o Uruguai. O registro se deu em uma nota de rodapé em seu relatório de trabalho.O termo originou-se na língua indígena da descrição de pessoas de hábitos nômades, criminosos, brancos pobres, escravos fugidos ou índios aculturados que não possuíam terras e vendiam sua força de trabalho a criadores de gado nas regiões de ocorrência de campos naturais do vale do Rio da Prata, entre os quais o pampa, planície do vale do Rio da Prata e com pequena ocorrência no oeste do estado do Rio Grande do Sul, limitada, a oeste, pela cordilheira dos Andes.O gentílico "gaúcho" foi aplicado aos habitantes da Província do Rio Grande do Sul na época do Império Brasileiro por motivos políticos, para menosprezá-los, sendo adotado posteriormente pelos próprios habitantes por ocasião da adoção da forma de governo republicana (1889), quando valores culturais tomaram outro significado. Também importante para adoção dessa imagem mítica para representação do Estado do Rio Grande do Sul é a influência do nativismo argentino, que no final do século XIX expressa a construção de um mito fundador da cultura da região.Na Argentina, o poema épico Martín Fierro, de José Hernández, exemplifica a utilização do elemento gaúcho como o símbolo da tradição nacional da Argentina, em contradição com a opressão simbolizada pela europeização. Martín Fierro, o herói do poema, é um "gaúcho" recrutado a força pelo exército argentino, abandona seu posto e se torna um fugitivo caçado. Esta imagem idealizada do gaúcho livre e altivo é freqüentemente contrastada com aquela dos trabalhadores mestiços das outras regiões do Brasil.Os gaúchos apreciam mostrar-se como grandes cavaleiros e o cavalo do gaúcho, especialmente o cavalo crioulo, "era tudo o que ele possuía neste mundo". Durante as guerras do século XIX, que ocorreram na região, atualmente conhecida como Cone Sul, as cavalarias de todos os países eram compostas quase que inteiramente por gaúchos.













Oração do Gaúcho
D. Luiz Felipe de Nadal
Bispo de Uruguaiana

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e com licença do Patrão Celestial.
Vou chegando, enquanto cevo o amargo de minhas confidências, porque ao romper da madrugada e ao descambar do sol, preciso camperear por outras invernadas e repontar do Céu, a força e a coragem para o entrevero do dia que passa.
Eu bem sei que qualquer guasca, bem pilchado, de faca, rebenque e esporas, não se afirma nos arreios da vida, se não se estriba na proteção do Céu.
Ouve, Patrão Celeste, a oração que te faço ao romper da madrugada e ao descambar do sol:
"Tomara que todo o mundo seja como irmão!. Ajuda-me a perdoar as afrontas e não fazer aos outros o que não quero para mim".
Perdoa-me, Senhor, porque rengueando pelas canhadas da fraqueza humana, de quando em vez, quase se querer, em me solto porteira a fora... Êta potrilho chucro, renegado e caborteiro...mas eu te garanto, meu Senhor, quero ser bom e direito!
Ajuda-me, Virgem Maria, primeira prenda do Céu. Socorre-me, São Pedro, Capataz da Estância Gaúcha. Pra fim de conversa, vou te dizer meu Deus, mas somente pra ti, que tua vontade leve a minha de cabresto pra todo o sempre e até a querência do Céu. Amém.

Ave Maria do Gaúcho
Teixeirinha
Ave Maria do Gaúcho quando ele sai campo a fora Também reza um Padre-Nosso pede pra Nossa Senhora Pra livrar raio e trovoada temporal vem sem demora A chinoca lá no rancho também reza nesta hora Ele apressa sua tropa era boi vamos embora
“Virgem-Santa ouve as preces que ele rezou com fervor/o temporal já se espalha e o céu já muda de cor/ele tira o seu chapéu olha o céu do Redentor/ obrigado Virgem-Santa/obrigado meu Senhor/posso voltar pro meu rancho ver a china meu amor”
Na planície ou na coxilha lá vai um gaúcho andando Muitas vezes numa restinga tem uma cobra esperando No estouro de uma tropa ou um boi brabo avançando Na rodada de um cavalo ou um furacão roncando Pra livrar destes perigos Ave-Maria vai rezando: era boi!
Primeira prenda do céu Santa-Virgem Imaculada Protege o gaúcho andando na coxilha ou na canhada E assim ele prossegue chegar ao fim da jornada Entra no rancho cantando com a bolsa recheada.

Cevando o Mate

O ato de prepara o mate pode ser chamado de:
· cevar o mate
· fechar o mate
· fazer o mate
· enfrenar o mate
· ou CHIMARRÃO
A palavra amargo também é usada em lugar de mate ou chimarrão. Convite para tomar mate:
· vamos matear?
· vamos gervear?
· vamos chimarrear?
· vamos verdear?
· vamos amarguear?
· vamos apertar um mate?
· vamos tomar mate ou um mate?
· vamos tomar um chimarrão?
· que tal um mate?

O mate pode ser tomado de três maneiras, em relação à companhia: o mate solito (isoladamente); o mate de parceria (uma companheira ou companheiro) e, finalmente, em roda de mate (em grupo).
1.O MATE SOLITO
O homem que não precisa de estímulo maior para matear, que sua vontade; no geral, é o verdadeiro mateador.
2. O MATE DE PARCERIA
A pessoa espera por um ou dois companheiros a fim de motivar o mate, pois não gosta de matear sozinha.
3.RODA DE MATE

É na roda de mate que esta tradição assume seu apogeu, agrupando pessoas sem distinção de raça, credo, cor ou posse material (o homem vale pelos seus atos). Irmanados dentro deste clima de respeito, o mate vai integrando os homens numa trança de usos e costumes, que floresce na intimidade gaúcha.
O gaúcho nunca pede um mate, por mais vontade que tenha. Poderá sugeri-lo de forma sutil, esperando que lhe ofereçam. Há um respeito mítico, nas rodas de mate, percebido até por pessoas alheias ao meio, trascendendo ao próprio ato de matear. Introspectivo por excelência, induz o homem a uma busca interior, despertando a auto-análise em relação ao meio. Companheiro calado nos mates solitos, se fez vaqueano deste silêncio, onde se amansam sentimentos para a grande compreensão da vida!

A MÃO DIREITA
Para se receber o mate ou entregar a cuia de mate, deverá ser feito com a mão direita. No caso da mão direita estar ocupada, a pessoa deverá dizer:- Desculpe a mão!Ao que o outro responde:- É a mesma, a do coração.Fora dessa exceção, sempre com a mão direita.

ENCHENDO O MATE
No ato de encher o mate, pega-se a cuia com a mão esquerda e o recipiente com a direita. Após, acomoda-se o recipiente e se troca a cuia de mão para matear ou oferecer o mate, seguindo-se, sempre, pelo lado direito, o lado de laçar.O sentido da volta na roda de mate deverá partir pela direita do cevador ou enchedor de mate.

A ÁGUA PARA PREPARAR O MATE
A temperatura da água para preparar o mate nunca deve estar muito quente, pois pode queimar a erva, dando um gosto desagradável ao mate e lavando rapidamente. O PIALADOR DE MATE É o indivíduo que, chegando numa roda de mate, se posiciona de tal modo que a cuia fique a sua esquerda, à frente da pessoa que está mateando, lembrando o campeiro que se posiciona estrategicamente à saída da mangueira!O correto quando se cheganuma roda de mate é ficar antes do mateador, isto é, tendo a pessoa que está mateando a sua direita.

A ÁGUA DO MATE
A água para o mate nunca deverá ser fervida, pois se tornaria pesada, pela perda de oxigênio, transmitindo um sabor diferente ao mateador.O ideal é quando a água apenas chia.

CEVAR COM CACHAÇA
Algumas pessoas quando fecham um mate (ato de preparar o mate), costumam, em lugar de água para inchar a erva, colocar cachaça, pois a cachaça fixa por mais tempo a fortidão da erva-mate, sem deixar o gosto do álcool. Este modo de preparar serve tanto o mate amargo (chimarrão) como para o mate doce.A cachaça é só para iniciar o mate. Uma vez inchada a erva, cospe-se fora a infusão até roncar bem a cuia, esgotando-se comletamente o líquido. Depois desta operação, é só seguir cevando normalmente, com água, o mate.

SÓ O CEVADOR PODE MEXER NO MATE
A menos que se obtenha licença, só o cevador deve arrumar o mate, considerando-se falta de respeito alguém mexer sem permissão. Mesmo que o topete (barranco) esteja se desmanchando ou qualquer outro problema com o mate, devemos entregá-lo ao enchedor ou cevador. Podemos, isto sim, ao devolver a cuia, avisá-lo da ocorrência.O bom cevador, cada vez que recebe a cuia, antes de enchê-la, dá uma ajeitada na bomba, de modo que renove o fluxo de seiva, demonstrando, assim, seu conhecimento na intimidade com o mate.

EM RODA DE MATE
É comum, após o primeiro mate, que sempre é do cevador (o que faz o mate), ter início a rodade mate a partir do mais velho ou de alguém a quem se queira homenagear.Quando já estamos mateando e chega alguém a quem desejamos mostrar deferência especial, é fechado um novo mate em sua homenagem.

O PRIMEIRO MATE
Como já falamos, todo aquele que fecha um mate (faz o mate) deve tomar o primeiro em presença do parceiro ou na roda de mate.Este fato tornou-se tradicional devido a épocas remotas em que o mate serviu de veículo para envenenamentos. Por isso, o ato do mateador tomar o primeiro indica que o mate está em condições de ser tomado.Ainda no caso do primeiro mate, outro motivo que nos chega foi devido aos jesuítas, que atribuindo valores afrodisíacos ao mate, e para evitar que os índios passassem a maior parte do dia mateando, tentando afastá-los do hábito, criaram o mito entre os silvícolas cristianizados que Anhangá Pitã (diabo) estava dentro do mate. Mas não foram bem sucedidos os jesuítas e o hábito salutar sobrepujou o temor que lhes fora impresso. Por isso, toda vez que o indígena ia tomar um mate em presença dos outros, tomava o primeiro mate como demonstração que Anhangá Pitã não se encontrava no mate.

RONCAR CUIA
Uma vez servido o mate, deve ser tomado todo, até esgotá-lo, fazendo roncar a cuia.

O que é o Tradicionalismo?

Amor que a pessoa tem pelo chão onde nasceu, onde é nato. Associado ao nativismo, existem duas palavras muito utilizadas: pago, que é onde se nasceu e querência, onde se vive. Exemplo: "Eu sou dos pagos do Alegrete, mas estou aquerenciado em Porto Alegre".

Gaúcho
Nome pelo qual é conhecido o homem do campo na região dos pampas da Argentina, Uruguai e do Rio Grande do Sul e, por extensão, os nascidos neste estado brasileiro. Originariamente, o termo foi aplicado, em sentido pejorativo (como sinônimo de ladrão de gado e vadio), aos mestiços e índios, espanhóis e portugueses que naquela região, ainda selvagem, viviam de prear o gado que, fugindo dos primeiros povoamentos espanhóis, se espalhava e reproduzia livremente pelas pastagens naturais. Igualmente livre, sem patrão e sem lei, o gaúcho tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira.

Qualidades do Gaúcho
·Hospitalidade
Coragem
·Nativismo
·Respeito à palavra empenhada
·Apego aos usos e costumes
·Cavalheirismo
Frases Comparativas
·Vários colaboradores
· abichornado... como - viúvo que se deu bem em casado- urubú em tronqueira (esperando um animal morto para alimentar-se e por isso está triste)
· alegre / faceiro / feliz... - como lambari de sanga-
que nem paisano a meia-guampa(paisano é expressão correntina e quer dizer patrício, amigo, camarada.
Meia-guampa é expressão gauchesca, que significa ébrio. Alegre como camarada meio bêbado)- como pinto no lixo- como puta em dia de pagamento de quartel - como milico em dia de soldo- que nem ganso novo em taipa de açude- como pica-pau em tronqueira- como mosca em rolha de xarope- como guri de tirador novo
· mais afiada ...- que língua de sogra- que navalha de barbeiro caprichoso
· amarga ... - como erva caúna (a palavra caúna é tupi e significa amarga; expressão de quem está desabafando suas dores)
· mais amontoado... - que uva em cacho
· mais ansioso... - que anão em comício
· mais apagado... - que fogão de tapera
· mais apertado... que - queijo em cincha- bombacha de fresco- rato em guampa
· mais apressado... - que cavalo de carteiro
· mais arisca... - do que china que não quer dar
· assanhada... como - solteirona em festa de casamento- lambari de sanga
· mais assustado... que ...- guri em cemitério- cachorro em canoa- cavalo passarinheiro (pessoa que se assusta de tudo, até de seus atos)
· mais atirado... que ...- capataz de estância grande- alpargata em cancha de bocha
· atrapalhado... - feito discurso de turco- que nem cego em tiroteio
· Era tão baixinho - que quando peidava levantava poeira do chão
· baixo como...- vôo de marreca choca- tamborete de china- umbigo de cobra- barriga de sapo
· babava... - como boi com aftosa
· bonita... - que nem laranja de amostra
· de boca aberta... - que nem burro que comeu urtiga
· bom... como - namoro no começo- faca achada
· branco... como - aipim descascado
· buliçoso... - como mico de viúva
· chato... - como chinelo de gordo- como colchão de gordo- que nem gilete caída em chão de banheiro
· mais caro que... - argentina nova na zona
· cara amarrada... - como pacote de despacho
· cheio... como - corvo em carniça de vaca atolada- penico em dia de baile- barril de chopp em festa de crente- bolsa de china
· cheirando bem.. - como cogote de noiva
· chorão como.. - terneiro novo
· cobiçada... - como anca de viúva, nova e bonita
· mais conhecido... - do que parteira de campanha- que feijão em cardápio de quartel
· mais constrangido ... - que padre em puteiro
· mais comprido ... que- putiada de gago- trova de gago- esperança de pobre- suspiro em velório- cuspe de bêbado
· contrariado... - como gato a cabresto
· coxuda... - como leitoa no engorde
· mais curto... que- coice de porco- estribo de anão
· desconfiado... - como cego que tem amante
· devagarzito... - como enterro de viúva rica
· mais difícil ...- que nadar de poncho e dormir de espora sem rasgar lençol
· dinheiro na mão de pobre, é... - como cuspe em ferro quente
· doído... - como guasqueaço em testa de negro, em comércio de carreira
· dorme... - atirado que nem lagarto (desta expressão surgiu o termo "lagartear", deitar-se ao sol; Diz-se do sujeito que não tem cerimônia, se "atira" em qualquer lugar, de qualquer jeito)
· mais duro ... que- salame da colônia
· empacado ... - como burro de mascate (diz-se da pessoa que não se decide ou que sempre trava decisões)
· mais encolhido... - que tripa grossa na brasa
· enfeitado... como - bidê de china- bombacha de turco- mula de mascate- carroça de cigano- quarto de china- santo milagroso
· mais enrolada...- que namoro de cobra- que linguiça de venda
· esburacado... - como poncho de calavêra
· escassa... como ...- pelo em recavém de touro - passarinho em zona de gringo
· esfarrapado... - que nem poncho de gaudério
· mais ensebado... - que telefone de açougueiro
· esparramados... - como dedos de pés, que nunca entraram em botas
· se espalhou... - como como pó de mangueira em pé de vento
· extraviado... - que nem chinelo de bêbado
· mais entravado... - que carteira de sovina
· falso feito..- cobra engambelando sapo
· mais fechado... - que baú de solteirona
· mais fedorento... - que arroto de corvo
· feia... - como bando de coruja- como mulher de cego
· mais feio... que- tombo de mão no bolso- facada na bunda- briga de touro- indigestão de torresmo- rodada de cusco em lançante- briga de foice no escuro- paraguaio baleado- sapato de padre
· firme... - que nem palanque em banhado- que nem prego em taquara- feito prego em polenta- como beliscão de ganso
· folgada... como - luva de maquinista, que qualquer um mete a mão - peido em bombacha- cama de viúva
· mais por fora...- que surdo em bingo- que cabelo de côco- do que cotovelo de caminhoneiro
· mais forte...- que porteiro de cabaré- do que peido de burro atolado
· frio... - de empedrar água do poço
· ganiçando... - como cusco que levou água fervendo pelo lombo
· mais gasto... - que fundilho de tropeiro
· gordo e lustroso... - como cusco de cozinheira- como gato de bolicheiro
· mais gostoso... - que beijo de prima
· mais grosso como...- dedo destroncado- parafuso de patrola- papel de enrolar prego- mandioca de dois anos- rolha de poço
· mais grudado ... - que bosta em tamanco de leiteiro
· mais inchado... - que sapo bulido
· mais informado ... - que gerente de funerária
· alma inquieta ... - como galho de sarandi tocado pelo vento
· mais intrometida... - que piolho na costura
· judiado... - como filhote de passarinho em mão de piá
· de alma leve... - como um passarinho
· mais ligeiro ... - que enterro de bexiguento
· leve feito...- pisada de gato
· louco... - como galinha agarrada pelo rabo
· mais magro... - que guri com solitária
· maldoso... - como petiço de guri
· mais medroso ... que- velha em canoa- cascudo atravessando galinheiro
· mais metido... - que merda em chinelo de dedo- que dedo em nariz de piá
· mais perdido...- que peido em bombacha- que cebola em salada de frutas- que cusco em procissão
· nervoso... como- potro com mosca no ouvido - gato em dia de faxina
· mais nojento... - que mocotó de ontem
· perfumado como ... - mão de barbeiro
· pior... - que jacaré sem lagoa- que cusco que caiu do caminhão da mudança (pra casa antiga não adianta voltar, a nova ele não sabe onde é!)
· quente ... - como frigideira sem cabo
· qiueto ... - como mosquito na parede
· rebola mais que ... - minhoca nas cinzas
· sabido ... - como sorro velho (O sorro ou guaraxaim perde o pêlo mas não perde as manhas; diz-se do líder que sempre acha um jeitinho para acomodar as coisas, ou cair fora dos compromissos assumidos)
· seco... - como charque velho esquecido no varal- como tiro de 12 cano-serrado
· sério... - feito delegado em porta de baile- que em defunto- que guri cagado- como guri que examina galinha para ver se tem ovo
· sincero... - como vaca pro touro
· sofrendo... - como joelho de freira na Semana Santa
· solita... - como galinha em gaiola de engorde
· suado como... - tampa de chaleira
· mais sujo que... - pau de galinheiro
· sutil... - como gato que vai pegar passarinho
· tradicional... - como embalagem de maizena- como fórmula de minâncora
· tranqüilo... - que nem cozinheiro de hospício- como água de poço
· mais vagaroso... - que tropeiro de lesma (expressão usada para pessoas lerdas, que demoram para tomar uma atitude)
· mais à vontade... - que bugio em mato de boa fruta
· mais virado... - que bolacha em boca de velha
· mais velho... - que andar de pé
· vermelho... - feito pitanga madura
· vivo... - como cavalo de contrabandista

Músicas Gauchescas - Estilos

Bugio
Tem sua origem reclamada por dois municípios, que tratam de divulgá-lo através de seus festivais: São Francisco de Assis (fronteira oeste) e São Francisco de Paula (região serrana). O processo de criação do Bugio foi inspirado no "ronco" do bugio, macaco que habita nossas matas. Da imitação desse ronco reproduzido pelo acordeon foi criado um novo ritmo que teria em São Chico de Assis, São Chico de Paula e de toda a região serrana um solo fértil para seu desenvolvimento. A maneira de dançar o Bugio também é inspirada nos movimentos desse macaco.

Chamamé
Chegou no Brasil pelo Rio Uruguai, sendo difundida pelas rádios argentinas no interior do Rio Grande do Sul, dando a conhecer valores como Ernesto Montiel e Tarragó Ros (pai) e muitas outras "legendas do Chamamé". A interpretação do chamamé pode ser a solo ou em duo, sendo essa modalidade vocal mais apreciada. Podendo ser dançado aos pares ou sapateado em sua origem, o chamamé no Rio Grande do Sul se diferenciou na maneira que os bailadores daqui deram a este ritmo. Vai desde um calmo chamamé- canção em tom maior ou menor, a um chamamé bem bagual em andamento bastante rápido quase uma polca. Vinculado ao chamamé está a manifestação denominada "Sapukay" que nada mais é que o grito dado espontaneamente pelos chamameceros no momento em que lhes dá gana ou no final de cada tema.

Chamarrita
É um ritmo de origem açoriana e madeirense (arquipélagos portugueses no Atlântico). É executado em tom maior, com raras exceções em tom menor. A Chamarrita está entre o ritmos comuns as três pátrias gaúchas: Argentina, Uruguai e Brasil. No Rio Grande do Sul, a Chamarrita está bastante identificada com costumes e temáticas campeiros. Além da Chamarrita mais galponeira, temos as versões mais executadas pelos conjuntos de baile, adaptadas a um ritmo mais bailável. A Chamarrita também é conhecida como Chamarra ou Chimarrita.

Milonga Arrabalera
Como o próprio nome diz: Milonga del "Arrabal" (urbana). Esta é a Milonga que mudou-se do campo para cidade, transformando-se em baile, muito apreciada nos bailes riograndenses. Por ser uma milonga de origem urbana, a temática estende-se desde o campo até a cidade, falando de temas de amor e cotidiano. A execução ao violão, já não é arpejada como a Milonga mas rasgueada como no Tango dando assim um ar mais bailável. A palavra Milonga é de origem Bantú (povo que se localiza entre o Congo, parte da Angola e Zaire). A apresentação da Milonga em versos é feita de várias maneiras, sendo elas em quartetos, sextilhas, oitavas e décimas. Voltando à origem do ritmo da milonga nos deparamos com a célula rítmica encontrada em Cuba na "Contradanza Francesa", na "Danza Cubana" e na "Habanera". A mesma célula rítmica também chamada "Ritmo de Tango" ou "Tango Congo".

Rancheira
Este ritmo bem crioulo (autêntico) em compasso 3/4 encontra paralelo em vários outros gêneros Latino Americanos deste estilo, tais como o "Pericón" uruguaio ou o "Joropo" venezuelano. Outra característica que o aproxima da América Hispânica é o "Sapateado" que é uma das maneiras de se dançar a Rancheira. A maneira mais comum de se dançar a Rancheira é a marcação dos pares do ritmo como pequenos pulinhos ou "puladinho". Outra modalidade bastante apreciada pelos bailadores á a Rancheira de Carrerinha em que os pares alinhados executam várias coreografias em momento de grande descontração. Como em outros gêneros bailáveis do RGS a gaita (acordeon, cordeona) tem papel de destaque, sendo a solista principal e contando coma participação do violão ou gaita a meio do tema.

Rasguido Doble
O Rasguido Doble, originário do litoral argentino - entre os rios Uruguai e Paraná abrangendo províncias como Corrientes, Missiones e Santa Fé- é um gênero bem diversificado. Pode ser executado de maneira bem cadenciada deixando a melodia fluir lentamente ou mais ligeiro. O nome Rasguido refere-se ao "rasgueado" violão que vai dar o acompanhamento necessário para sua parceria, a cordeona (acordeon), soltar-se em inspiradas melodias e acordes, sendo o Rasguido Doble cantado ou instrumental. Os principais responsáveis por trazerem este ritmo musical para as terras Riograndenses foram o missioneiros, cantores e guitarreirros como Noel Guarany, Cenair Maicá e Luís Carlos Borges.

Vanera
A origem da Vanera é no ritmo cubano Habanera, que é como era grafado o ritmo. Da Habanera para atual Vanera, várias modificações foram feitas, na grafia e no andamento bem mais rápido, para se tornar bailável. Ao longo de mais de três décadas, os conjuntos de baile gaúchos (fandangos) vêm desenvolvendo com sua experiência e criatividade vários padrões rítmicos em seus instrumentos típicos: acordeon, guitarra, baixo, bateria e pandeiro. A Vanera conquistou um espaço privilegiado nos bailes gaúchos, sendo hoje, presença marcante e obrigatória em qualquer Fandango que se preze.

Vanerão
Também conhecido como limpa banco, tem o andamento mais rápido do que a Vanera. O Vanerão presta-se para o virtuosísmo do gaiteiro de gaita piano ou botonera (voz trocada), sendo assim muitas vezes um tema instrumental. Quanto a forma musical, o vanerão pode ser construído em três partes (rondó), utilizado em ritmos tradicionais brasileiros como o choro e a valsa. Quando cantado, dependendo do andamento e da divisão rítmica da melodia, exige boa e rápida dicção por parte dos intérpretes. O Vanerão com sua vivacidade exige bastante energia, tantos dos músicos, como dos bailadores de fandango.

Xote
O Xote gaúcho tem origem no 'schotis' europeu e sofreu aqui algumas mudanças. É um dos poucos ritmos de andamento quaternário sendo que a melodia está em divisão de colcheias pode em certas partes dobrar para semi colcheias, o que serve para os executantes demonstrarem todo seu virtuosismo, principalmente o acordeon, o violão ou guitarra. Por seu andamento médio, o xote dá condições a que os pares dancem de maneira figurada realizando as mais variadas coreografias.
Fonte:Centro Cultural Gaúcho, MTG