quarta-feira, 20 de julho de 2011

Adão Latorre



Tenente Coronel Adão Latorre foi um revolucionário Maragato (ou Gasparistas) que lutou na Revolução Federalista, refrega de bala e facão onde os Federalistas queriam apear do poder Júlio de Castilhos. Adão foi famoso, entre outras coisas, além da bravura mostrada em batalha, pela seu plantel de degolas, que era como na época se resolviam a questã dos indesejados e dispendiosos prisioneiros, pois balas e pólvora custavam caro é eram deixadas para as escaramuças "de verdade" e as cordas eram usadas para outros fins e aqui no sul, não é sempre que se acha uma adequada para enforcar (além de ser trabalhoso).

A história mais famosa do preto Adão foi a degola do Rio Negro, onde Adão degolou mais de 300 Chimangos (como eram chamados os governistas em 1923- Chimango - Milvago chimango Vieillot 1816 - é uma ave de rapina ocorrente no Rio Grande do Sul - antes eram chamados de Castilhistas ou Pica-paus) depois da Batalha do Rio Negro, no local chamado Potreiro das Almas, aqui pela volta de Bagé (aqui também Bagé) e Hulha Negra.


E sim, correm histórias aqui em Bagé, que a noite, no Potreiro das Almas, os corajosos que lá vão conseguem escutar os lamentos dos degolados.

O troço, a degola do Rio Negro, ocorreu em 23 de novembro de 1893. Sim, é um episódio controverso, tanto na autoria quanto nos números. Tarcísio Taborda, historiador bageense, conta trinta execuções e alguns pesquisadores, concluem que Adão por ser "pobre e preto" (sic.) levou a culpa. O que podemos ter certeza, era que as degolas ocorriam de ambos os lados. Contam histórias que algumas eram até precedidas de castração e existia até a modalidade de corrida de degolados. Criativos. Mas uma certeza é que Adão Latorre morreu metralhado aos 83 anos durante a revolução de 1923 (falarei mais outra hora), próximo a Dom Pedrito. Sim, você leu certo. Ele morreu lutando aos 83 anos. Sejam 30 ou trezentos degolados, o sujeito era macho. Só de metranca mesmo para parar o preto Adão.

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