sexta-feira, 20 de julho de 2012

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

por: Ana Paula Ribeiro [23H:29MIN] 20/07/2012 - Arquiteta fala sobre a importância dos prédios históricos de Bagé A polêmica envolvendo as construções que tem valores históricos, cuja arquitetura representa época e momentos da cidade,... FRANCISCO DE ASSIS
ELEONORA: manter viva a essência da cidade aproxima culturas e que deve ser preservado para as gerações futuras, gera opiniões divergentes dos interessados no assunto. O tombamento dos prédios do centro histórico da cidade tem sido debatido por grupos de preservação de patrimônios históricos da cidade. No início do ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), posicionou-se e determinou que todas as obras, reformas e intervenções em prédios históricos privados devem acontecer apenas com a autorização do instituto. Frente à polêmica, a reportagem buscou a opinião da arquiteta Eleonora Alcalde Machado, que cursou mestrado nos Estados Unidos onde atualmente mora há 17 anos na cidade de Hattiesburg no Estado do Mississipi. Ela trabalha com uma companhia de preservação de patrimônios históricos estadunidense, chamada Center for Community Design and Presevation, dedicada a elaborar e encaminhar ideias dos grupos de preservação junto ao governo norte-americano. As mais comuns são as restaurações de fachadas históricas através de financiamentos por intermédio de projetos universitários do curso de arquitetura e design do país. “Existem incentivos através de projetos de universitários que ajudam nessa preservação, o importante não é só tombar e deixar toda a responsabilidade no proprietário é preciso buscar ferramentas para a preservação dos prédios visando sempre a sustentabilidade cultural e econômica. Penso que os bajeenses deveriam ter essa visão”, diz. Para arquiteta, o desenvolvimento econômico através da representação histórica impulsionará os processos de ampliação na busca do turismo na cidade. Eleonora acredita que a cultura representada no impacto visual dos prédios preservados da cidade, a história contada neles, é tão positivo para a economia quanto à construção de novos prédios. “Bagé tem espaço para crescer e fazer novos prédios e tem tudo para se desenvolver, economicamente na construção, com alta tecnologia, porém penso que a nossa cultura precisa ser preservada, para que os elementos que Bagé traz, reforce ainda mais a indústria turística para o município. Falta acreditar que Bagé é uma joia dentro do Rio Grande do Sul”, aponta. Bagé tem uma arquitetura histórica eclética, que caracteriza o início do século 20, essa arquitetura, visivelmente, composta nos prédios da cidade chama a atenção pela semelhança com a arquitetura portuguesa, em um formato neoclássico. “A cidade se caracteriza por ser um misto eclético envolvendo diversos estilos de épocas diferentes. Bagé tem uma união de conjuntos arquitetônicos. A identidade de Bagé tem que ser reconhecida, tanto as pessoas que querem preservar quanto as que querem o desenvolvimento do município. Porém, o que não se deve perder é a essência do que compõe o pampa”. Com relação aos assuntos que envolvem o tombamento exigido pelo Iphae, a arquiteta se mantém cautelosa nas opiniões. “É importante que se perceba que com esse tombamento o progresso pode ser visto ao lado da preservação deste espaço urbano. A existência da cidade histórica, unida com o desenvolvimento econômico oriundo dessa preservação. Manter a identidade cultural e ter o progresso econômico com novas construções pode ser a melhor saída para contornar as discussões dos impactos referentes ao tombamento”, encerra. ARQUIVO JM

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