segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Santa Fé pode virar Parque Turístico

07/09/2012 Redação Folha do Sul por Juliana Andina Erguida em Bagé para as gravações do longa metragem "O tempo e o vento", baseado na obra literária de Erico Verissimo, a cidade cenográfica de Santa Fé já se tornou parte da história do município. Construída no meio do Parque do Gaúcho, o vilarejo é um ponto turístico em potencial, que começa a ser projetado como um Parque Turístico. O projeto que está sendo montado por uma equipe do Rio de Janeiro, deve chegar a Bagé ainda no meio deste mês, para ser encaminhado à captação de recursos. De acordo com o Coordenador de Arte e Cenografia do filme e responsável pela manutenção de Santa Fé, Mauro Moreira, a ideia surgiu com o intuito de edificar os prédios cenográficos como forma de manter a cidade erguida. "O pré-projeto visava apenas à edificação dos prédios, tornando-os reais. Ligado a isso, o poder público resolveu expandir o projeto tornando a cidade de Santa Fé um centro de entretenimento", comenta. Segundo Moreira o parque turístico deve contar com toda estrutura de apoio necessária para bem atender os turistas. "O projeto conta com estacionamento, praça de alimentação, bilheteria, enfermaria, banheiros, segurança e todos os demais pontos necessários para uma boa organização", acrescenta. Quanto aos recursos ele fala que estes, inicialmente, devem ser captados via recursos públicos, mas posteriormente o local deverá se manter com renda própria. Dentro do projeto estão englobadas as estruturas externas e internas dos prédios, sendo que as casas devem se tornar centros comerciais. "As casas depois de edificadas podem facilmente servirem como livrarias, cafés e lojas de artesanato, formando assim uma parceria do poder público com o poder privado", comenta. Moreira fala ainda da questão interna das casas, "neste momento já temos a projeção de como será a parte interna da Igreja, desde altar até as paredes e teto" destaca. Potencial turístico Mauro Moreira destacou que em média circulam por Santa Fé mais de mil pessoas por fim de semana, e que após o lançamento do filme este número deve dobrar. "O filme é uma obra fechada, diferente de uma novela em que as pessoas vão se apropriando da história e dos locais ao longo da história, por isso precisamos investir agora antes do filme ser lançado", ressalta. Outro ponto que o coordenador frisa é a questão da apropriação das redes ligadas ao turismo, ou seja, a preparação destas pessoas de base. "Investimos 3 milhões de reais nesta cidade, e não podemos deixar que ela se perca, por isso é importante que os investimentos não sejam apenas físicos mas também na preparação de pessoas ligadas ao turismo", comenta. Dentro do projeto do Parque Turístico de Santa Fé são projetados também um local para a construção de um teatro, onde cenas da trama possam ser encenadas, e um memorial ao autor Erico Verissimo, contando a história do autor gaúcho responsável pela obra. RETRANCA Conselho Municipal de Turismo volta ao trabalho Em reunião, realizada na quarta-feira, entidades municipais se uniram para dar início a reativação e reestruturação das atividades do Conselho Municipal de Turismo. A ação visa organizar, dinamizar e desenvolver o potencial turístico de Bagé. As entidades relacionadas ao turismo, como associações, sindicatos hotelaria, bares entre outros, interessados em participar têm até o próximo dia 12 para efetuarem cadastro junto à Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Turismo. No próximo dia 13, às 8h30min, será realizada uma nova reunião para definir os representantes da diretoria e dar início às primeiras ações, bem como a determinação de quais entidades estarão envolvidas. Os interessados podem obter mais informações através do telefone (53) 3247-1395 ou pelo e-mail: turismo@bage.rs.gov.br.

A cidade dos sonhos

Desde que as frágeis estruturas da cidade de Santa Fé ocuparam seu lugar em um espaço concreto na coxilha do Parque do Gaúcho, a aura de imaginário da obra de Erico Verissimo teima em se tornar a cada dia mais real. Construção típica da dramaturgia, suas paredes nunca foram pensadas com o objetivo de abrigar ou dar suporte a um cotidiano verdadeiro. Contudo, não há limites para que o engenho humano possa se ampliar. Prova disso é a presença de uma equipe de técnicos altamente qualificados que prometem, ainda para o final da primeira quinzena de setembro, a apresentação de um projeto completo de utilização da cidade cenográfica. A ação coordenada pela prefeitura busca otimizar os investimentos já aplicados na produção do filme "O Tempo e o Vento". É preciso fazer com que as filmagens leguem para Bagé muito mais do que fotos e autógrafos com celebridades, mas sim, uma grande oportunidade de divulgação, algo capaz de determinar novas fórmulas de investimento. Gerar visitações e renda é o maior objetivo do planejamento ao encargo do coordenador de arte de cenografia do filme, Mauro Moreira, que retorna à Rainha da Fronteira para, agora, dar vida ao vilarejo que antes era apenas um cenário. Os planos fazem previsão de um verdadeiro parque temático que integra atrativos que vão do tema do filme aos atores nele envolvidos; da história do Rio Grande do Sul à biografia do escritor Erico Verissimo. Tudo para abrigar e divertir visitantes num contexto de exploração turística coerente, lucrativa e segura. A realidade que se descortina precisa mudar totalmente o tipo de visitação que ocorre hoje, quando a falta de acompanhamento permite que visitantes desavisados toquem, modifiquem ou tentem colecionar alguns itens existentes na cidade dos sonhos. Além disso, a recepção deve ser qualificada para amparar turistas também na qualidade das informações. Tomara que a vida imite a arte. fonte folha do sul